terça-feira, 27 de novembro de 2012

Por que os poupadores entraram com ações para reaver suas perdas?


Estudos comprovam que aqueles correntistas que investiram em créditos nas poupanças na vigência dos planos econômicos tiveram perdas consideráveis, e por outro lado, por este motivo, os bancos foram favorecidos.

Estes poupadores ingressaram com execuções contra os três bancos baseados na condenação obtida pela Associação Paranaense de Defesa do Consumidor (Apadeco), que moveu contra eles Ações Civis Públicas (ACPs), nas quais o Judiciário reconheceu as diferenças e estendeu o direito de obtê-las a todos os poupadores do Paraná que houvessem sofrido os expurgos dos dois planos.

As ações foram promovidas na década de 1990 e na época foi reconhecido que o prazo para ajuizamento era de 20 anos, conforme previa o Código Civil antes da reforma. Após a condenação dos bancos, passou a contar o prazo para execução que cada poupador moveria para poder receber as diferenças que lhe eram devidas. O prazo para os poupadores executarem foi também definido como de vinte anos, contando do momento em que as sentenças nas ACPs se tornaram definitivas.

Segundo Roberto Luis Troster, um dos mais respeitados especialistas em análise sistêmica do sistema bancário mundial, ex economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) e doutor em economia pela USP , “os números divulgados pelo Banco Central do Brasil mostram de maneira inequívoca perdas reais para os depositantes em poupança, que foram se acumulando em cada plano, causando perdas aos poupadores medidas nos meses próximos aos planos.” (O MONTANTE TEM QUE SER VERIFICADO E FORAM ACUMULANDO NAO AMENTANDO, EDITEI PARA FICAR EM SINTONIA)

Vejam algumas análises para cada um dos planos:


Troster aborda aspectos da inflação, da indexação e das paradas bruscas no período de 1987 a 1991. Nessa época a inflação apresentou patamares e volatilidades elevados e quatro planos de estabilização, conhecidos como Bresser, Verão, Collor I e Collor II, que tinham como objetivo promover uma estabilidade de preços foram editados.



Uma questão levantada é o impacto que os planos tiveram nas cadernetas de poupança e nas instituições financeiras. A evidência disponível mostra de maneira inequívoca perdas reais para poupadores, o mesmo não acontecendo com as instituições financeiras.

No Plano Bresser


Enquanto os depósitos de poupança das pessoas físicas caíram em termos reais 2,79%, os ativos das instituições financeiras aumentaram mais que seu passivos em 15,4%, um padrão semelhante ao observado nos outros planos.



Plano Verão - janeiro de 1989

Os números divulgados pelo Banco Central do Brasil mostram que no mês anterior ao plano os poupadores tiveram um ganho de 1,00%, ao passo que no mês do plano houve uma perda real de 12,51%, que foi compensada parcialmente com um ganho de 2,60% no mês seguinte. O resultado líquido para o poupador foi uma perda real de 8,91% no período.



Plano Collor I - março de 1990



O Plano Collor I foi chamado assim em razão do novo presidente que iria acabar com a inflação com "um tiro só". Os indicadores divulgados pelo Banco Central do Brasil mostram que no mês anterior ao plano houve uma perda real de 0,35%, enquanto que no mês do plano houve um ganho de 3,06%, e no mês posterior uma perda de 14,17%. Portanto, a soma dos ganhos e das perdas foi de 11,45% de prejuízo real dos poupadores.



Plano Collor II - janeiro de 1991

O Plano Collor II foi uma tentativa de melhorar o quadro macroeconômico. Observa-se nesta parada brusca uma perda real de 11,96% para os depositantes e um crescimento de ativos maior que de passivos em 2,9% no período analisado. Uma análise de resultados mostra que os planos não foram desfavoráveis às instituições financeiras quando cotejados com as demais empresas do país, nos anos dos planos econômicos.



STJ JULGA RECURSO DO ITAÚ E CORRENTISTAS PROTESTAM ORGANIZANDO O “DIA DO SAQUE”

No dia 28 STJ analisa recurso do Banco Itaú contras seus correntistas. O Banco quer confiscar dinheiro dos poupadores assegurados pela Justiça. A campanha “Saqueados pelos bancos”, criada para impedir que milhares de cidadãos paranaenses percam seus direitos já adquiridos e tenham que devolver o que já receberam, fará um movimento nesta data chamado “O Dia do Saque”. O objetivo é incentivar que correntistas do Banco Itaú façam, no dia 28, qualquer tipo de saque para protestar e mostrar de fato a quem o dinheiro pertence. “Como forma de protesto, mostre para o banco que o dinheiro é seu, sacando qualquer valor no dia do julgamento, 28 de novembro.”



Assessoria de imprensa – Ana Carolina Caldas (41)92114915

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